Eco-fashion: da indústria da moda ao consumo consciente

Looks produzidos dentro dos princípios da ética e sustentabilidade ganham espaço no mercado fashionista

A preservação do meio ambiente começou a ser um valor agregado em diferentes linhas de produção, inclusive da moda. A emergência em reduzir os impactos na natureza e utilizar os recursos naturais de maneira mais eficiente fez surgir um novo conceito dentro da indústria, o eco-fashion. Essa modalidade se fundamenta no apego aos preceitos ecológicos em toda a cadeia produtiva, ou seja, do material utilizado até o descarte futuro da peça.

A proposta de um mercado de estilo sustentável, que pensa inclusive na logística reversa, imprime uma forte mudança na lógica até então utilizada pelo setor. Afinal, não era usual a preocupação sequer com os resíduos de fabricação. Só no Brasil, todos os anos, mais de 4 milhões de toneladas de resíduos têxteis são descartados, conforme informou a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), no canal CNN.

Parte deste cenário se deve também ao histórico do consumo das “fast fashions”, onde a linha de produção costuma operar em alta demanda. Os objetivos da eco-fashion antagonizam essas práticas e combatem quaisquer tipos de exploração em respeito à ética social, econômica e ambiental.

Estilo sustentável e responsável

Apesar de ser estruturalmente diferente da prática industrial em larga escala, a moda sustentável tem fácil aderência de mercado. Além do apelo ecológico que possui relevância mundial, os princípios defendidos por essa categoria produtiva são rentáveis tanto para o sistema quanto para os trabalhadores envolvidos no processo e os consumidores.

Por vezes associada com as práticas de “slow fashion” e “slow design”, a eco-fashion, de fato, atravessa um tempo distinto, resultado do esmero em cada uma das etapas do ciclo. Entenda os principais pontos:

1. As matérias primas utilizadas na confecção das roupas devem ter uma origem responsável, que não tenha danificado a natureza ou prejudicado nenhuma existência humana ou animal;

2. Sendo as fábricas grandes consumidoras de eletricidade, é necessária a implantação de soluções sustentáveis que consigam suprir a demanda fabril. A geração solar fotovoltaica e o mercado livre de energia viabilizam o acesso, produção e gestão a partir de fontes renováveis;

3. Os profissionais que operacionam a fabricação precisam receber pagamentos de forma virtuosa e honesta. Tende-se, ainda, a contratar mão de obra local para gerar emprego e renda à população do lugar onde está a empresa;

4. O cuidado na escolha dos materiais gera peças feitas para serem usadas por muito tempo e que, se precisarem ser descartadas, terão menos impacto ambiental, devido a preferência do uso de tecidos orgânicos, que não possuem agentes poluidores como agrotóxicos e pesticidas.

É certo que a moda consciente contribui com a preservação do meio ambiente, proporciona condições dignas de trabalho e reduz o desperdício e descarte de resíduos. E embora o número de adeptos tenha aumentado nos últimos anos, persistem desafios e paradigmas a serem superados para que os hábitos e as preferências dos brasileiros acompanhem as tendências ecológicas do segmento.

Fonte: Bazar

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